terça-feira, 25 de outubro de 2016

5209 - Chico Bergmann: um campeão do tênis

Chico Bergmann (o primeiro à direita) foi um dos maiores tenistas do Vale



Fato incomum, assim como aconteceu com o poeta Mário Quintana, que alcançou o reconhecimento e a glória com mais de 60 anos, ocorreu também com o caiense Omar (Chico, Picapau) Bergmann no esporte.
Nascido a 6 de outubro de 1919 em Porto Pereira, filho de João Alfredo (Que deu seu nome à rua que margeia o Rio Caí) e Amanda Ferle Bergmann, mudou-se para São Sebastião do Caí, aos dois anos de idade, juntamente com os pais e irmãos. Vieram para o Caí em função da sociedade dividida com Roberto Leão, na empresa de navegação União Fluvial do Caí, a mais importante da época em todo o Rio Grande do Sul.
Criado numa época em que o rio constituía-se na maior atração para os jovens da cidade, teve em Jaime Blauth, Martim Müller, Mauro Michaelsen, Carlos Henrique Oderich, Omar Feih, Remo e Atílio Rubenich alguns de seus, inesquecíveis piqueniques, passeios e pescarias nas nossas aprazíveis cachoeiras. Após concluir o primário na Escola Evangélica (Duque de Caxias - hoje Escola Normal), ingressou no Instituto Pré-Teológico em São Leopoldo para satisfazer o sonho dos pais que queriam vê-lo como pastor. A queda pelo esporte herdou de João Alfredo, inveterado jogador de bolão, integrante do famoso grupo Não Pode da Sociedade Ginástica, hoje Clube Aliança. Sua irmã Anita alcançou também o título de campeã estadual em Ginástica Olímpica.
Mas, o seu primeiro contato com o tênis aconteceu em 1933 aos 14 anos. Realizava-se naquele ano, na antiga sede do Caí Tênis Clube (no quarteirão em frente às conservas Oderich) um torneio do qual participavam os melhores tenistas da cidade: Carlito Adams, Osvino Müller, Bruno Hogroefe e Ernesto Mohn.
Não queriam que ele participasse, mas insistiu e acabou vencendo de forma sensacional. Naquele momento ele sentiu que seu esporte era o tênis e não o futebol, que também praticava. Assim iniciou a trajetória brilhante que prossegue até os dias de hoje.
Suas principais conquistas foram: vice-campeão da Copa Eberle em 1939. Campeão estadual em duplas 1943, junto com Mauro Michaelsen. Este campeonato foi disputado em Caxias do Sul, onde o Picapau permaneceu e casou com Leonice Müller, tendo com ela os filhos João Alfredo e Dulce Maria. Em 1948 ingressou na equipe das Organizações A. J. Renner, da qual fizeram parte Ari Acholler e Nelson Melin, e eles venceram o campeonato estadual e brasileiro por equipes. Venceu em 1956 e 1967 o campeonato estadual. Em 1953 venceu no Uruguai o campeão nacional-Kruel. Após esta fase, chegou na categoria de veteranos e obteve os títulos mais expressivos: campeão sul americano em Buenos Aires e mundial em Boden-Boden, na Alemanha, em simples e dupla com Derni Queiroz. Depois, disputou a Copa Britânica na Áustria e na Suíça, onde venceu na modalidade de simples. Neste ano, obteve novamente os títulos de campeão gaúcho, brasileiro e sul-americano. Todos os seus troféus estão expostos na Galeria Omar Bergmann no Country Tênis Clube.
Neste sábado, durante o “Jantar à luz de Velas” do Country, será comemorado o aniversário do tenista (67 anos). Nesta homenagem os vencedores do torneio “Omar Bergmann” também receberão os seus troféus. 

Matéria republicada na coluna Fato Novo 30 anos atrás, do jornal Fato novo





                                                                     

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